RoboCop é Pura Nostalgia
No mundo dos videogames, não há nada como a emoção de revisitar uma franquia adorada desde a infância. Recentemente, tive a oportunidade de mergulhar em RoboCop: Rogue City, um jogo que ressuscita de forma brilhante o espírito do clássico policial ciborgue dos anos 80.
O fator nostalgia
A partir do momento em que você inicia o jogo, o fator nostalgia o atinge como um tiro da arma Auto-9 característica do RoboCop. As vozes e os rostos dos atores originais, como a interpretação de Peter Weller do RoboCop, são fielmente recriados. O estilo corajoso e os locais familiares de uma Detroit distópica contribuem para uma sensação de familiaridade. É como voltar a um mundo que você achava que tinha deixado para trás, mas que está mais cativante do que nunca.
Vale a pena observar que o jogo ignora completamente o remake de 2014, dirigido pelo brasileiro José Padilha.
No entanto, essa familiaridade também pode funcionar contra o jogo. Os filmes originais do RoboCop eram claramente produções de baixo orçamento e, embora o jogo faça um excelente trabalho ao recriar sua estética, às vezes pode parecer um pouco fiel demais. Algumas áreas do jogo parecem um pouco esparsas e poderiam ter se beneficiado de um pouco mais de detalhes ou variedade.
Apesar disso, RoboCop: Rogue City não se afasta do material de origem. Ele abraça a natureza superviolenta, de humor pastelão, do original. O jogo é um balé sangrento de balas e frases de efeito, uma prova do apelo duradouro da franquia RoboCop. Está claro que os desenvolvedores
Gráficos e jogabilidade
Os gráficos são de primeira linha, com ambientes detalhados e modelos de personagens que dão vida ao futuro distópico de Detroit. Entretanto, o orçamento AA do jogo é evidente em algumas áreas, como as animações faciais e cutscenes, o que pode ser um pouco prejudicial. Felizmente, essas cenas não são cruciais para a experiência geral do jogo.
A jogabilidade é direta, mas eficaz, oferecendo uma experiência satisfatória apesar de sua simplicidade. A mecânica principal envolve mirar e atirar, com pouca estratégia necessária. Isso não diminui o prazer de derrubar ondas de criminosos com a arma icônica do RoboCop. O jogo oferece uma variedade de armas, mas a arma lateral característica do RoboCop costuma ser a opção mais eficiente devido à sua munição infinita. É preciso um pouco de determinação do jogador para realmente se preocupar em usar outras armas, como bazucas, espingardas ou até mesmo atirar cadeiras e monitores nos inimigos, apesar de ser divertido.
Um ponto negativo do jogo é a falta de dificuldade. Na maior parte do tempo, o jogo é bastante fácil, sendo que apenas o chefe final oferece um desafio significativo. Além disso, os mini-chefes podem ser facilmente explorados escondendo-se em pontos cegos e atirando, o que tira a emoção desses encontros.
A história
A história de RoboCop: Rogue City é deliciosamente brega, mas não inova muito. Ela usa vários tropos dos filmes originais, e algumas batidas parecem até ter sido copiadas do material de origem. O vilão, conhecido como “The New Guy”, é um vilão clássico do RoboCop, e a trama envolve a droga nuke, um esquema para substituir o RoboCop por um policial totalmente mecânico e um segundo em comando tentando subir na escada corporativa. É tudo muito RoboCopy e os fãs da franquia apreciarão as referências aos filmes originais. No entanto, a história do jogo não é seu ponto forte, e fica claro que o foco foi a jogabilidade em vez da narrativa.
Os elementos de RPG do jogo são simples, mas acrescentam uma camada de profundidade à jogabilidade. Você pode aprimorar vários aspectos do RoboCop, desde suas armas até o sistema de mira. Embora nenhuma dessas melhorias seja essencial, elas tornam o jogo um pouco mais fácil e agradável. Além disso, o jogo apresenta personagens secundários com os quais você pode interagir, mas nenhum deles é particularmente desenvolvido. Eles não são irritantes, mas não acrescentam muito à experiência geral.
Uma surpresa paralela
Uma das surpresas mais agradáveis durante o jogo, quando procurei notícias sobre o elenco e o universo, acabei descobrindo um documentário intitulado [RoboDoc The Creation of RoboCop] (_rating). Essa série de quatro episódios apresenta entrevistas com todo o elenco e a equipe do filme original de 1987, oferecendo uma visão dos bastidores da produção do filme. É um filme fascinante, repleto de easter eggs e insights sobre o ambiente de filmagem precário e tenso. O documentário revela as dificuldades que os cineastas enfrentaram, desde brigas por causa do orçamento até discordâncias sobre a visão artística. Está claro que a criação de RoboCop foi um trabalho de amor, e o documentário faz um excelente trabalho para capturar esse espírito.
RoboCop: Rogue City é uma viagem nostálgica pela memória que respeita seu material de origem e oferece uma experiência divertida e envolvente. Os gráficos são impressionantes, a jogabilidade é satisfatória e a história extravagante é uma homenagem carinhosa aos filmes originais. Embora possa não ser inovador, é um jogo de tiro sólido que vale a pena ser conferido pelos fãs da franquia ou por qualquer pessoa que esteja procurando diversão. E se você for fã do filme original, não deixe de conferir também o documentário RoboDoc.